A defesa de Ramon de Souza anunciou que recorrerá da decisão judicial, contestando o cálculo da pena. O crime, ocorrido em maio de 2023, foi motivado por vingança contra a mãe das crianças, de acordo com as investigações da polícia.
A condenação de Ramon foi proferida na última quarta-feira (4), e ele cumprirá a pena em regime fechado. O réu foi sentenciado a mais de 60 anos de prisão por homicídio quintuplamente qualificado, considerando as circunstâncias cruéis e agravantes: vingança por motivo torpe, uso de arma de fogo, recurso que dificultou a defesa das vítimas, violência doméstica e a condição das vítimas serem menores de 14 anos.
Segundo a Polícia Civil, Ramon confessou o crime durante a prisão, explicando que decidiu matar as filhas após rastrear o carro da ex-companheira e encontrá-la com outro homem em Goianira, na Região Metropolitana de Goiânia. De acordo com o delegado Marcus Cardoso, Ramon agrediu a ex-companheira, pegou o carro, buscou as filhas nas escolas e as assassinou em Santo Antônio de Goiás no dia 22 de maio de 2023. Ele foi preso no dia seguinte, após uma tentativa de suicídio.
O caso chocou a comunidade, e testemunhas próximas à família relataram que Ramon já havia ameaçado cometer o crime caso descobrisse a traição. No dia anterior aos assassinatos, ele chegou a confrontar o homem que acreditava ser o amante da ex-companheira, perguntando se ele andava armado, o que demonstrou seu planejamento para o ato trágico.
As investigações também descartaram a hipótese de problemas psicológicos em Ramon, que não tinha antecedentes criminais ou histórico de violência e era considerado um pai presente.
Em nota, a defesa de Ramon de Souza afirmou que o devido processo legal foi seguido, mas que recorrerá da dosimetria da pena. A defesa também destacou que conseguiu afastar uma das qualificadoras relacionadas ao uso de fogo durante o julgamento.