Caso aconteceu em 2020, quando a criança ficou sozinha com os irmãos após a prisão injusta do pai. Justiça determinou indenização à família.
A mãe de Miguel Tyler Pereira Gualberto, bebê que morreu afogado na piscina de casa após o pai ser preso por engano, revelou que mudou de casa e ainda enfrenta o trauma da perda. O caso ocorreu em Planaltina de Goiás, no Entorno do DF, em 2020. Miguel tinha 1 ano e estava com os irmãos, de 3 e 6 anos, quando o acidente aconteceu.
“A saudade aperta no peito. Foi tudo muito triste o que aconteceu, não desejo isso para nenhuma mãe. Peço a Deus forças todos os dias”, desabafou Raifra Silva Gualberto.
Ela contou que precisou buscar tratamento contra a ansiedade após o ocorrido. “Foi um período muito difícil, mas tento seguir firme. Tive mais dois filhos e um deles se chama Miguel, em homenagem ao nosso anjo, que sempre será lembrado”, afirmou.
Prisão por engano e tragédia
O pai da criança, Jonas Pereira Gualberto, estava cuidando dos filhos quando foi levado pela Polícia Militar à delegacia. Na ocasião, ele explicou que sua esposa havia saído para o supermercado.
No entanto, ao chegar à delegacia, a testemunha do crime não o reconheceu, e ele foi liberado. Quando retornava para casa, recebeu a notícia do afogamento do filho.
Raifra tentou socorrer Miguel ao encontrá-lo na piscina. “Eu pulei dentro da água, tirei ele nos meus braços e saí correndo, desesperada. Foi como se o chão tivesse desabado”, relatou.
A Justiça de Goiás determinou que o Governo do Estado indenize a família em R$ 500 mil pela prisão injusta que resultou na tragédia.
Investigação revela assassinato
Inicialmente tratado como um acidente, o caso teve uma reviravolta quando a polícia descobriu que Miguel foi assassinado. O suspeito é um primo da vítima, de 26 anos, que teria cometido o crime por vingança contra o pai do bebê.
Segundo as investigações, o jovem esteve na casa da criança para buscar uma moto da família após a prisão de Jonas. Ele ficou sozinho com os três irmãos e saiu antes de Miguel ser encontrado morto.
A polícia apurou que Miguel tinha dificuldades motoras e não conseguiria chegar à piscina sozinho. “Concluímos que esse jovem ou jogou a criança na água, ou a colocou em perigo sem impedir o pior”, explicou o delegado Humberto Soares.
Apesar do pedido de prisão preventiva, o suspeito permaneceu em liberdade.