Jiboia foi resgatada pelo corpo de Bombeiros e solta em uma área nativa do cerrado. Especialista explica que animal pode ter ido até a casa, em Luziânia, em busca de abrigo ou alimento.
Uma moradora encontrou uma cobra enrolada na janela de um quarto, em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. Um vídeo mostra o momento em que o Corpo de Bombeiros resgata a jiboia (assista acima). Após o resgate, o animal foi solto em uma área nativa de cerrado.
“Ela ficou assustada, porque não queria chegar perto”, explicou o cabo.
“É um animal tranquilo que gosta muito de locais sombreados, pelo excesso de calor que estamos tendo”, disse Edson.
O cabo do Corpo de Bombeiros Luís Carlos ainda ressaltou que, em hipótese alguma, o morador deve tentar capturar o animal. O recomendado nestes casos é acionar a corporação, pelo telefone 193, ou chamar outro órgão ambiental competente, em caso da falta de guarnições na cidade do caso. Já a tenente Vanessa Furquim deu outras dicas sobre o que fazer quando encontrar ou ser picado por serpentes.
Confira as dicas da tenente:
- Nunca tente capturar o animal, não importa a espécie ou o tamanho;
- Acione o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.
Mas e se a cidade não tem Corpo de Bombeiros?
- Acione um órgão ambiental do município, como a policia ambiental, por exemplo, ou algum profissional capacitado;
- Na pior das hipóteses, isolar o local e buscar algum profissional capacitado, como um biólogo ou veterinário, por exemplo.
Fui picado, e agora?
A tenente Vanessa explicou ainda o que fazer em casos de picadas destes animais. Segundo a profissional, em hipótese alguma o morador deve matar a cobra, mesmo que tenha sido atacado.
“A pessoa pode tirar uma foto do animal e mostrar na unidade de saúde. Uma pessoa que é picada precisa de um atendimento médico urgente. Às vezes não tem veneno, mas se existe o veneno, ele rapidamente entra na circulação sanguínea. A pessoa picada tem que ficar no repouso absoluto completo, quanto mais se movimenta, mais o veneno corre na circulação”, pontuou.
Vanessa recomendou que a vítima fique imóvel e seja levada com urgência para uma unidade de saúde para o tratamento necessário.
Um levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros mostra que, em janeiro e fevereiro de 2022, foram regatados 1.406 animais silvestres em Goiás, entre eles, estão as cobras, por exemplo. No mesmo período de 2023, o número subiu para 1.444.
O biólogo Edson Abrão explicou que uma das hipóteses das aparições frequentes desses animais em zonas urbanas, é a destruição do habitat natural. Outro exemplo é o acumulo de lixo produzido pelas pessoas, que atraem roedores e, como consequência, esses répteis que buscam por comida.
“As serpentes vêm atrás de abrigo e alimentos, principalmente pequenos mamíferos, causado pelo desmatamento e queimadas e também pela instalação do homem na natureza”, explicou.
Dicas para evitar aparições
A médica veterinária Isabela Saddi, da Agência Municipal de Meio Ambiente de Goiânia (Amma), reforçou que não há como prever que as cobras vão aparecer ou não nas casas. No entanto, uma das principais dicas para evitar a aparição de cobras em casa é não ter o acúmulo de lixo ou entulho.
“Nessa época de agora é a época que as serpentes têm filhos. Então, se a pessoa mora na zona rural ou perto de área verde, é bom um roda pé nas portas, ou mesmo um pano para tampar essa parte”, falou.
Isabela reforçou a orientação da tenente Vanessa, do Corpo de Bombeiros. Assim que ver uma cobra, é necessário acionar algum órgão competente para resgatar o animal.
“A gente orienta sempre a pessoa ficar de olho no animal e ligar para alguma autoridade competente de resgate. A gente fala para ficar de olho animal, porque eles fogem muito fácil”, finalizou.