Enteada de Edmar Tavares da Silva denunciou o crime em 2022 e conseguiu uma medida protetiva que, segundo a polícia, foi descumprida. Amélia Vitória desapareceu na semana passada e foi encontrada morta em uma calçada.
O suspeito de matar a estudante Amélia Vitória, de 14 anos, que desapareceu ao ir buscar a irmã na escola em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana de Goiás, responde por ter estuprado a enteada, segundo a Polícia Militar. Na época em que a menina e a família dela denunciaram o caso à polícia, a adolescente de 15 anos relatou ter sido abusada pelo menos cinco vezes por Edmar Tavares da Silva.
Já sobre a morte de Amélia Vitória, o advogado João Tiago Pereira disse em nota à TV Anhanguera que recebeu com surpresa decisão que decretou a prisão de seu cliente, uma vez que a polícia havia abordado Edmar no sábado e que ele teria sido liberado por falta de provas. Além disso, informou que a defesa iria solicitar acesso aos autos para estudar o caso
A enteada de Edmar Tavares da Silva contou à polícia que, além de abusar dela, o suspeito a ameçou para que ela não contasse à família ou não denunciasse o crime. A vítima revelou que o homem disse que mataria a mãe dela caso os abusos viessem à tona.
Após a denúncia, a Justiça de Goiás deferiu uma medida protetiva para a adolescente contra o Edmar. No entanto, mesmo após o deferimento dessa medida, a polícia informou ao TJGO que o suspeito teria descumprido o que foi determinado pelo juiz.
Amélia Vitória desapareceu na tarde de quinta-feira (30). A tia da adolescente, Cristiane Moreira, disse que, quando a menina saiu da casa, não levou celular, pois estava chovendo e que ela foi à pé porque a bicicleta estava estragada. “Esse é um trajeto que ela faz todos os dias há uns 3 meses”, afirmou.
Cristiane contou ainda que a família percebeu a falta de Amélia quando a escola da irmã mais nova, de 9 anos, ligou dizendo que ninguém foi buscá-la. Neste momento, a polícia começou as buscas por Amélia. Vídeos mostram a menina caminhando pelas ruas antes de desaparecer
O corpo de uma menina envolto em um lençol foi encontrado em uma calçada no sábado (2). Pouco depois um exame confirmou que realmente seria de Amélia Vitória. A Polícia Científica afirma que a identificação do corpo foi feita por meio de exame de papiloscópica, ou seja, por meio da impressão digital.
Antes da confirmação policial, o pai de Amélia, Willian Alves, afirmou que a vítima se tratava da filha, pois reconheceu as roupas que a adolescente vestia no dia em que desapareceu. “A calça é dela, o cabelo é dela. Eles não querem deixar eu ver agora, só lá no IML. Eu vou lá só para ter a certeza. A calça fui eu que comprei”, desabafou.
Após a confirmação da morte de Amélia, a mãe da menina lamentou a perda e disse, por meio das redes sociais, estar destruída. “Estou destruída. Tiraram meu bem precioso, mas sempre vou lembrar dos nossos momentos felizes. Te amo sempre e pra sempre, meu amor”, escreveu Cristina Moreira.
Ainda no sábado (2), a polícia começou a procurar pelo carro que teria abandonado o corpo de Amélia. Câmeras de segurança registraram um veículo passando próximo ao local. Segundo a Polícia Militar (PM), ele foi abandonado na rua, apreendido e feito uma perícia. Cães farejadores sentiram o cheiro da adolescente no porta malas do carro.
Nota da defesa de Edmar Tavares da Silva:
“O advogado João Tiago Pereira Caixeta, que patrocina a defesa de Edmar Tavares da Silva, esclarece que recebeu com surpresa a decisão que decretou a prisão de seu cliente, vez que a polícia já havia abordado o senhor Edmar anteriormente, e após prestados os esclarecimentos, foi liberado por falta de provas.
A defesa técnica informa ainda, que até o momento teve acesso apenas ao conteúdo divulgado pela mídia e que solicitará acesso aos autos quando iniciar o expediente do fórum local, para realização do estudo do caso.
Por fim, a defesa deixa claro que o cliente irá colaborar com o processo até o final, e prestará todos os esclarecimentos necessários para a elucidação do caso.”