Advogados, empresários e gerente de banco suspeitos de fraude de R$ 40 milhões em financiamentos agropecuários ostentavam vida de luxo

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A Polícia Federal (PF) investiga um esquema de fraude em financiamentos agropecuários que causou um prejuízo de R$ 40 milhões à Caixa Econômica Federal em Goiás. Entre os suspeitos estão advogados, empresários e uma gerente do banco, que utilizavam o dinheiro ilícito para manter um estilo de vida luxuoso, com compras de carros de luxo, caminhonetes, joias, e até viagens pela Europa.

Segundo o delegado Vitor Bueno Cardoso, da PF, em 2023 foram adquiridos mais de 40 veículos em nome dos integrantes do grupo. O esquema foi descoberto após um cartório se recusar a registrar uma cédula de crédito rural por suspeita de falsificação, alertando a Caixa Econômica Federal, que então iniciou uma investigação interna e comunicou a PF.

A operação “Paper Land” cumpriu 18 mandados em 13 endereços nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Acreúna e Rio Verde. A investigação revelou que o grupo criminoso utilizava documentos falsos e corrompia profissionais credenciados ao banco para executar os crimes.

A organização criminosa estava dividida em três núcleos:

  1. Núcleo de gestão: composto por empresários e advogados;
  2. Núcleo operacional: formado por pessoas que contratavam com a Caixa e administravam os valores, incluindo operadores financeiros e funcionários públicos;
  3. Laranjas: utilizados para esconder a origem ilícita dos bens.

A gerente do banco facilitava as fraudes, que envolviam a falsificação de documentos de imóveis rurais. Um profissional credenciado à Caixa também participava, superavaliando imóveis em até 700% ou avaliando propriedades inexistentes, permitindo a liberação dos valores dos financiamentos.

As falsificações variavam de simples alterações em selos de reconhecimento de assinatura a complexas certidões de matrículas de cartório.

Além dos mandados de busca e apreensão, foram bloqueadas contas bancárias dos suspeitos e sequestrados 48 imóveis e 44 veículos, além de criptoativos. Os envolvidos podem ser condenados a penas que somam mais de 42 anos de prisão, por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção.

Nota da Caixa Econômica Federal

“A CAIXA informa que atua conjuntamente com a Polícia Federal e demais órgãos de segurança pública na identificação e investigação de casos suspeitos e na prevenção e combate a fraudes e golpes.

A CAIXA esclarece que informações sobre eventos criminosos em suas unidades são repassadas exclusivamente às autoridades policiais e ratifica que coopera integralmente com as investigações dos órgãos competentes.

Adicionalmente, esclarecemos que a CAIXA possui estratégia, políticas e procedimentos de segurança para a proteção dos dados e operações de seus clientes e dispõe de tecnologias e equipes especializadas para garantir segurança aos seus processos e canais de atendimento.”

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