A Polícia Civil de Goiás está investigando o agropecuarista Thiago da Matta Fagundes, de 40 anos, suspeito de liderar um esquema de fraude na compra e venda de imóveis que resultou em prejuízos estimados em R$ 100 milhões. A operação, realizada na última terça-feira (29), cumpriu oito mandados de busca e apreensão em Goiânia, Porangatu (GO) e Pindamonhangaba (SP), onde foram recolhidos documentos, celulares, computadores e registros bancários ligados ao suspeito e a possíveis laranjas.
Durante a operação, Thiago foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo, mas foi liberado após o pagamento de fiança, cujo valor não foi divulgado. Os investigadores também apreenderam uma caminhonete que o agropecuarista utilizava e que estava em nome de terceiros. Ele apresentou um contrato de locação para justificar o uso do veículo, levantando suspeitas de tentativa de ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro.
As investigações apontam que o esquema envolvia a venda de imóveis com documentos falsificados e o uso do nome de terceiros para formalizar contratos e obter financiamentos. Uma das vítimas relatou ter comprado uma fazenda em Porangatu em 2022, realizando o pagamento total, incluindo valores para quitação de dívidas associadas ao imóvel. No entanto, Thiago não cumpriu o acordo e ainda contraiu novos empréstimos, usando a fazenda como garantia e impedindo a vítima de registrar a propriedade.
A Polícia Civil identificou pelo menos cinco vítimas principais, além de bancos e credores lesados. Suspeita-se que Thiago operava o esquema usando laranjas para contornar restrições financeiras em seu nome e ocultar sua participação direta nas transações, o que configuraria crimes de estelionato, falsificação de documentos, uso de documentos falsos e associação criminosa.
As investigações seguem para rastrear a totalidade dos valores movimentados e identificar outros envolvidos no esquema, que teria gerado aproximadamente R$ 100 milhões em prejuízos.