A forte chuva que caía em Petrópolis desde o início da noite desta sexta-feira (18) deu uma trégua por volta das 21h30. Mais cedo, a Defesa Civil chegou a acionar sirenes no primeiro distrito da cidade, após previsão de mais chuvas para a região.
Após quatro dias de buscas em Petrópolis, o Corpo de Bombeiros acredita ainda ser possível resgatar vítimas com vida da lama e dos escombros. O número total de mortos divulgado pela corporação chega a 136.
Durante a madrugada desta sexta-feira (18), sirenes no Morro da Oficina – um dos locais mais devastados pela tempestade que causou deslizamentos e destruiu a cidade – voltaram a tocar.
Os moradores das localidades do Morro dos Ferroviários, que abrange a área do Morro da Oficina, da comunidade 24 de Maio, do Vila Felipe, do Chácara Flora, do Sargento Boening e São Sebastião foram alertados com a possibilidade de ocorrência de chuva nas localidades.
O Instituto Médico-Legal (IML) informou que, entre as 136 vítimas fatais, há 81 mulheres e 50 homens, sendo 22 menores de idade. Ao todo, 89 corpos foram identificados, e outros 69 liberados. Veja quem são algumas das vítimas já reconhecidas.
O IML recebeu ainda partes de outros três corpos – nesse caso, não é possível identificar se são de homem ou de mulhe. Por isso, será preciso fazer coleta de material genético de parentes.
Até quinta-feira (17), o IML tinha apenas um caminhão frigorífico para armazenar os corpos. Nesta sexta, com o reforço da infraestrutura, o órgão passou a contar com dois caminhões e dois contêineres frigoríficos.
Segundo a Polícia Civil, foram feitos 213 registros de desaparecimentos, mas não se sabe quantos desses já foram encontrados. Veja quem são os desaparecidos e como tentar encontrar alguém.
Até a última atualização desta reportagem, o tempo permanecia instável em Petrópolis. O coronel Leandro Monteiro, secretário estadual de da Defesa Civil e comandante dos bombeiros, explicou que não pode avançar com máquinas pesadas, como tratores, em qualquer lugar.
“Nestes locais onde a população pede o uso de máquinas, nós não podemos entrar com máquinas agora. O Corpo de Bombeiros acredita encontrar pessoas com vida ali”, afirmou Monteiro. “Eu não posso remover o solo da maneira que eles querem”, acrescentou.
Monteiro detalhou o protocolo dos bombeiros: “Temos uma técnica para este tipo de desastre. Primeiro, precisamos de silêncio. É um trabalho manual, chamamos as pessoas pelo nome, depois passamos com os cães treinados para encontrarem pessoas vivas, e depois os bombeiros passam fazendo mais um chamado pelo nome”.