Murielly Alves segue presa e disse à médica que só conseguiu se lembrar do crime três meses depois. Vídeo mostra quando a jovem discute e atropela mulheres em distribuidora de Goiânia.
Depois de passar por exame de insanidade mental, a psiquiatra da junta médica do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) relatou em laudo que a empresária Murielly Alves Costa, de 27 anos, tem um tipo de transtorno de personalidade, mas que é totalmente capaz de entender o que estava fazendo quando atropelou e matou Bárbara Angélica Barbosa Silva, numa distribuidora de bebidas, em Goiânia. Um vídeo gravou o atropelamento.
A vítima, que tinha 30 anos, estava com a esposa Kamyla Lima Canedo, no dia 21 de abril deste ano, em uma distribuidora com outras pessoas quando a acusada chegou. A investigação apontou que Murielly provocou clientes e agrediu o filho do dono. Algumas pessoas, entre elas as vítimas, tentaram conter a empresária e houve discussão. Depois, ela entrou no carro e atropelou as mulheres.
Durante o exame, a empresária disse que já fez tratamento psiquiátrico quando mais nova e alegou que só conseguiu se lembrar do atropelamento três meses depois, quando já estava presa.
A Polícia Técnico-Científica já emitiu laudo também, pouco tempo depois do crime, atestanto que a empresária tinha visão clara das vítimas antes de atingí-las com o carro de luxo, da marca Mercedes-Benz.
Exame
O laudo assinado pela psiquiatra Ana Paula Montoro, juntado ao processo em 11 de outubro deste ano, mostrou ainda que ela usou remédio para epilepsia até os 5 anos de idade.
A jovem contou que começou a fazer tratamento psiquiátrico aos 13 anos, depois de sofrer um suposto abuso, mas o tratamento era feito de forma irregular e atualmente não usava medicamento.
Murielly disse à médica disse que começou a consumir bebida alcoólica aos 13 anos e fazia isso todos os dias. Na prisão, ela está usando remédio para tratar alcoolismo, transtorno bipolar e depressão.
A mãe da acusada também foi ouvida e contou que a filha era muito agitada e dava crises nervosas. Por fim, a psiquiatra recomendou tratamento psicológico.
Discussão e crime
O Ministério Público de Goiás relatou na denúncia feita contra a empresária que durante a discussão, a esposa da vítima jogou um copo com cerveja na cabeça da acusada e atravessou a rua para se distanciar da confusão.
Murielly entrou no carro e o acelerou contra o casal. Kamyla foi atropelada e arremessada contra um açougue. Bárbara conseguiu se esquivar e tentou tirar a chave da ignição do carro. Porém, a empresária conseguiu dar ré e atingiu a segunda vítima, que morreu no local.
Kamyla foi socorrida e levada a um hospital. Ela sobreviveu. Já a acusada foi presa horas depois, em Nerópolis.