A enfermeira Marcilane Espíndola foi indiciada por causar graves lesões em nove pacientes, afirmando usar ácido hialurônico, mas na verdade utilizando polimetilmetacrilato (PMMA). Marcilane foi presa após uma nova vítima denunciar infecção nos seios. A delegada Luiza Veneranda explicou que o ácido hialurônico é uma substância segura e reversível, ao contrário do PMMA, que pode causar inflamações, deformidades e necrose. A Anvisa recomenda o uso restrito de PMMA, apenas para pequenas correções após tratamentos de AIDS ou poliomielite, e exclusivamente por médicos treinados.
Marcilane começou a ser investigada em julho de 2023, após três pacientes ficarem com os rostos deformados. A Operação Salus resultou em buscas, apreensão de bens e suspensão de atividades da enfermeira. Os nove inquéritos policiais totalizaram 1.467 páginas de provas. Apesar de se apresentar como pós-graduada em dermatologia estética, Marcilane admitiu não ter concluído o curso.
A defesa de Marcilane argumenta que a prisão foi substituída por domiciliar no mesmo dia e que nada ilícito foi encontrado nas buscas. A defesa critica a falta de oportunidade para Marcilane se defender antes do pedido de prisão, violando o direito de resposta previsto no CPP.