Mãe cuida dos filhos durante a semana, em Mineiros, e pai aos sábados e domingos. Médico diz que caso é ‘extremamente raro’.
O entregador de gás, de 22 anos, que assumiu os gêmeos de pais diferentes, diz que foi um susto quando recebeu o resultado do DNA que mostrou que ele era pai biológico só de um dos meninos, mas, mesmo assim, decidiu cuidar dos dois. A mãe das crianças, de 19, se relacionou com dois homens no mesmo dia e engravidou dos dois, o que é “extremamente raro”, segundo o médico que a acompanhou.
“Fizemos o DNA porque na minha família não tem nenhum gêmeo. Eu levei um susto, porque eu nunca tinha visto isso. Mas, de todo jeito, eu falei que iria cuidar, porque eles não têm culpa. Eu cuidei deles desde pequenininho e o amor é o mesmo”, disse o pai.
Morador de Mineiros, no sudoeste de Goiás, ele conta que se relacionou por oito meses com a mãe das crianças e que agora eles não estão mais juntos. Ele contou ainda que a jovem cuida dos filhos durante a semana e ele aos fins de semana. Atualmente, os meninos têm um ano e quatro meses.
“Eles vêm passar os fins de semana comigo. Não é fácil cuidar de dois, porque choram os dois juntos, mas agora eles estão crescendo, estão mais espertos”, disse.
O rapaz contou ainda que o pai biológico do outro bebê não se interessou em assumir a paternidade e também não contribui com os gastos. Como ele trabalha como entregador de gás e não ganha muito dinheiro, o jovem diz que enfrenta dificuldades para comprar roupas e leite para os meninos.
“Eu ganho pouco, mas eu faço o que posso. Eu abri uma conta na farmácia e já falei que o que precisar é para me ligar. Eu pago aluguel e estamos precisando de ajuda para comprar umas roupinhas para eles e também leite”, disse.
Gestação
O médico Túlio Jorge Franco contou que a jovem fez acompanhamento durante a gestação com alunos da faculdade de medicina onde ele ministra aulas.
“A gestação foi super tranquila, sem nenhuma intercorrência. Os meninos nasceram saudáveis e nunca tiveram problemas de saúde”, disse o médico.
Túlio Franco e seus alunos estudam o caso mais afundo por se tratar de uma raridade. Um estudante ficou responsável por escrever um artigo científico, que pode ser publicado em revistas nacionais e até internacionais.
“É extremamente raro. Acontece um em um milhão. Nunca imaginei que veria um caso desse na minha vida”, comemorou o médico.