Dinheiro foi usado em apostas de pôquer, e polícia apura se era vício ou lavagem de dinheiro. Pelo menos outras cinco pessoas são investigadas.
A Polícia Civil prendeu, nesta segunda-feira (26) uma ex-gerente bancária em Anápolis, a 55 km de Goiânia, por suspeita de envolvimento em um esquema de fraudes em contas de clientes. Segundo as investigações, ela fazia empréstimos no nome das vítimas, emitia cartões falsos e fazia transferências bancárias irregulares.
O nome da suspeita e do banco não foram informados pela Polícia Civil. Desta forma, a reportagem não conseguiu contato com a defesa de ambos.
O delegado do Grupo Especial de Investigação Criminal (Geic) de Anápolis, Luiz Carlos Cruz, explica que as investigações começaram em janeiro de 2022, após contestação feita ao banco por um cliente. A movimentação do dinheiro passava por apostas de pôquer on-line e pelo menos cinco pessoas são investigadas.
Até o momento a polícia apura desvio de dinheiro envolvendo duas vítimas com prejuízo estimado em R$ 50 mil. Ambas já foram ressarcidas pelo banco.
Além da prisão, o Poder Judiciário acatou pedido da polícia e emitiu uma ordem de sequestro de R$ 230 mil das contas bancárias dos suspeitos. O delegado explica que o valor deve ser superior ao estimado inicialmente tendo em vista que novas vítimas podem aparecer e o objetivo é garantir que o dinheiro não seja desviado ao longo da investigação.
Como funcionava o esquema
“Ela se valia dos acessos que tinha como gerente para subtrair dinheiro das contas das vítimas por meio de transações não autorizadas. Ela fazia empréstimos, emitia cartões não solicitados, gerava senhas e cadastrava os aplicativos em nome dos clientes”, explica o delegado.
Segundo a polícia, os crimes teriam começado em novembro de 2021 e a demissão da gerente teria acontecido em janeiro de 2022, mesmo mês em que as denúncias chegaram à polícia.
O caminho do dinheiro
Cruz explica que a primeira etapa das investigações apontou envolvidos em outros estados, mas que os mandados de busca e apreensão incialmente envolveram apenas a ex-gerente, em Goiânia e Anápolis.
“O dinheiro passava por pessoas envolvidas em clubes de apostas de pôquer. Ainda não sabemos se era um vício ou uma forma de ‘lavar’ o dinheiro”, finaliza o delegado.