Polícia diz que suspeitos deixavam de fazer documentação para compra de combustíveis e o controle das despesas e que ainda abasteciam veículos particulares pelas contas da prefeitura. Fraudes teriam ocorrido entre 2017 e 2020.
Quatro ex-gestores da Prefeitura de Santa Cruz de Goiás e uma empresária foram indiciados pela Polícia Civil por fraudar licitações de combustíveis entre 2017 e 2020. Segundo a PC, os suspeitos deixavam de fazer a documentação para compra de combustíveis e o controle das despesas e, além disso, abasteciam veículos particulares pelas contas da prefeitura. A polícia disse que, apenas em um período de seis meses, em 2019, o prejuízo estimado é de mais de R$ 560 mil.
Mesmo o caso tendo ocorrido no mandato anterior, a reportagem pediu um posicionamento para a atual gestão de Santa Cruz de Goiás, por ligações e e-mail por volta de 14h desta segunda-feira (27), para pedir um posicionamento e saber se alguma medida é tomada para evitar fraudes em licitações, e aguarda retorno desde a última atualização.
O inquérito foi concluído na última quinta-feira (23), mas o caso só foi divulgado pela Polícia Civil nesta segunda-feira. Após informações prestadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), a delegacia disse que começou a investigar uma série de crimes que teriam sido cometidos durante a contratação e o fornecimento de combustíveis na Prefeitura de Santa Cruz de Goiás, entre 2017 e 2020.
O delegado José Antônio de Podestà Neto disse que, entre as irregularidades encontradas, estão a falta de licitação para contratos de postos de combustíveis, bem como a prorrogação destes contratos, e a falta de controle de despesas de pagamentos. Além disso, a polícia identificou que os responsáveis também abasteciam veículos particulares pelas contas da prefeitura.
O investigador apurou que, em 2017, foi feito a contratação de dois postos de combustíveis, sendo um deles em Cristianópolis, ambos em nome da mesma empresária, para atender a demanda da frota de Santa Cruz de Goiás. Depois disso, foram feitos outros contratos e aditamentos, que, segundo o delegado, são prorrogações com aumento de valor.
“Há indícios de direcionamento do procedimento licitatório. Não foram estimados corretamente a quantidade de combustível que seria necessário para abastecer a frota municipal ao longo do ano, ocasionando o aditamento de contrato por valores acima dos inicialmente contratados”, contou.
O delegado contou que o posto em Cristianópolis foi contratado porque, supostamente, “fornecia Diesel S10, que não havia no posto de Santa Cruz”.
Após Representação da Polícia Civil, o juiz da comarca de Santa Cruz de Goiás determinou o bloqueio de bens móveis (veículos) e imóveis dos envolvidos no valor de R$ 561.047,60 – prejuízo que foi constatado somente durante o período de um semestre.
“Este prejuízo é referente somente aos meses de janeiro a junho de 2019, apurado pelo TCM. O prejuízo pode ser maior, está sendo apurado pelo TCM”, contou.
Segundo a polícia, os indiciados devem responder pelos crimes de associação criminosa, peculato e fraude em licitação.