A motorista Elaine Chagas Cardoso aguarda o andamento do processo em liberdade. Na época, ela confessou a polícia que bebeu antes de dirigir e foi filmada bebendo após o atropelamento.
A família de Edivaldo Marinho, árbitro de futebol que morreu após ser atropelado por uma professora que dirigia embriagada, em Senador Canedo, cobra que a motorista seja punida pelo crime. Mesmo tendo confessado à polícia que bebeu antes de dirigir e, ainda, ter sido filmada bebendo no local após o atropelamento, Elaine Chagas Cardoso aguarda o andamento do processo em liberdade.
“A sensação de impunidade é o que está nos matando. Ele não estava fazendo nada de errado, estava exercendo apenas o direito dele de ir e vir. Pela lei quem bebe e dirige já está cometendo um crime. O crime já começou aí. A justiça tem que ser feita”, cobrou Evellen Marinho, uma das filhas de Edivaldo.
“Ele está fazendo muita falta. A gente está tomando medicamentos para poder controlar a ansiedade, a depressão, a tristeza”, lamentou a segunda filha do árbitro, Hellen Marinho.
“Ele está fazendo muita falta. A gente está tomando medicamentos para poder controlar a ansiedade, a depressão, a tristeza”, lamentou a segunda filha do árbitro, Hellen Marinho.
Relembre o acidente
O crime aconteceu no dia 9 de julho, na GO-537. Um vídeo mostra quando a moto conduzida por Edivaldo é atingida pelo carro da professora,.. A batida foi de frente e a morte do árbitro instantânea. Na época, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local somente para constatar o óbito.
De acordo com o processo, após o acidente, a professora continuou bebendo no local. Em depoimento à polícia, Elaine disse que estava indo almoçar com o namorado e que estava internada em uma clínica, mas conseguiu liberação para passar o fim de semana em casa e voltar domingo à noite.
O teste do bafômetro na motorista apontou embriaguez com resultado de 0,79 miligramas por litro de ar expelido. Por esses motivos, ela foi presa em flagrante.
Motorista em liberdade
Desde o dia em que Elaine foi presa, a defesa da professora fez diversos pedidos de habeas corpus à Justiça, alegando que ela tem problemas psiquiátricos e faz o uso de remédios contínuos para o tratamento.
No dia 23 de agosto, Elaine deixou a prisão. A Justiça levou em consideração que a professora nunca foi condenada por outro crime, tem transtornos depressivos graves, endereço fixo e profissão.
“Agora, vamos aguardar o andamento do processo. Na época do acidente ela estava internada em uma clínica para tratamento psicológico, tomando medicação. Ela, agora, vai para uma outra clínica ficar internada”, disse o advogado de defesa Benedito Evaristo Cintra Júnior.
O árbitro
Amoroso, inteligente e um filho exemplar. Essas foram algumas das características que a terceira filha de Edivaldo, Elisabeth Catanhede, de 27 anos, usou para definir o pai.
“Ele cuidava da minha avó porque ela ficou debilitada de saúde. Domingo antes de ocorrer tudo ele deu banho nela, limpou a casa e foi apitar o jogo para ganhar R$ 80”, contou.
Elisabeth disse que o pai tinha hábitos de vida saudáveis e não se conforma com o jeito que ele morreu.
“Meu pai era uma pessoa excepcional, não existia alguém como ele, era muito de bem com a vida, tranquilo, humilde, alegre, vendia saude. Todos aqui estão despedaçados, meu pai não merecia morrer. Ele queria envelhecer bem, com saúde, para brincar muito com os netos”, desabafou.