Izadora Alves de Faria esteve de forma provisória em pronto socorro e Justiça exigiu que secretaria de saúde consiguisse vaga para ela em 48 horas. Crianças foram encontradas mortas pelo pai.
A mãe que confessou ter matado as filhas em Edeia foi transferida para um hospital psiquiátrico de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, neste sábado (29). A Justiça de Goiás havia exigido que a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) conseguisse uma vaga para Izadora Alves de Faria, sob pena de multa de R$ 10 mil, por dia.
Izadora Alves de Faria foi internada, provisoriamente, no pronto Pronto Socorro Psiquiátrico Wassily Chuc, em Goiânia, após tentar se matar dentro do presídio para onde foi levada após a prisão. No entanto, o local é destinado apenas a avaliação de pacientes e não propriamente a internação. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, ela foi transferida pela escolta especial do complexo prisional por volta das 10h30 deste sábado.
Ainda de acordo com a secretaria, a transferência foi realizada somente na manhã deste sábado, uma vez que “precisou de autorização judicial, que só foi concedida na sexta-feira (28) a noite”.
De acordo com a SES-GO, a vaga aberta na clínica psiquiátrica de Aparecida de Goiânia foi disponibilizada pelo município “mesmo que a cidade não seja pactuada com o município de Edeia” e estando fora de sua competência”.
As meninas Maria Alice Alves de Souza Barbosa, de 6 anos, e Lavínia Souza Barbosa, de 10 anos, foram encontradas mortas pelo pai, no dia 27 de setembro. Ao ser presa horas depois do crime, a mulher confessou à Polícia Civil que envenenou, afogou e depois deu facadas nas filhas. Em seguida, ela fugiu de casa.
Ao chegar na cadeia, a mulher apresentou comportamento inadequado e alterado, com confusão mental, e tentou tirar a própria vida dentro da cela, conforme ofício da diretoria enviado ao juiz.
A diretoria do presídio de Israelândia, onde a mulher estava presa, alegou no processo que o estabelecimento prisional não possui “estrutura física e humana para custodiar pessoas presas com o quadro de saúde/transtornos mentais”, como o de Izadora Alves, de 30 anos.
Cena bárbara
No dia do crime, o pai das crianças disse à polícia que saiu para trabalhar pela manhã e estranhou quando voltou e encontrou o portão trancado. Logo depois, ele viu vestígios de sangue e achou as meninas em um colchão .
“O pai estranhou, porque ele sempre deixa o portão aberto. Ele chamou pela esposa, ninguém respondeu. Quando ele abriu, ele viu que tinha um colchão com cobertor na área da frente. Quando ele tirou o cobertor, ele viu que as duas filhas estavam mortas”, disse o delegado Daniel Moura.
A mãe das meninas foi achada com a ajuda de cães farejadores, por volta
de 21h do dia 27 do mês passado, em um matagal próximo à casa. Segundo o delegado, ela tinha sinais de ferimentos que indicam que ela tentou suicídio. A prisão em flagrante foi feita, e ela foi levada para um hospital, onde ficou escoltada e teve alta na manhã de quarta-feira, quando prestou depoimento à polícia.
“Ela confessou o crime, o modo como ela matou as crianças. Segundo ela, de início, ela tentou dar veneno, mas como ela viu que não iria funcionar, ela levou as crianças para uma caixa d’água, que fica em frente à casa, e tentou eletrocutar as crianças com uma extensão ligada à rede elétrica. Como ela viu que não ia dar certo, ela desligou a extensão e foi lá na caixa d’água e afogou as crianças”, disse.
O delegado completou que ela pode responder por duplo homicídio qualificado, com aumento de pena pelo fato de as vítimas serem menores de 14 anos e serem filhas dela. Se condenada, Daniel explicou que Izadora pode pegar até 100 anos de prisão. O crime chocou moradores de Edéia e, inclusive, os policiais que trabalharam no caso.