Segundo a PF, os investigados se apresentavam como “traders” para captar economias de vítimas/investidores, a pretexto de aplicar os recursos no mercado de valores mobiliários.
A polícia não informou se todos os mandados foram cumpridos, mas 15 policiais foram mobilizados para cumprir oito mandados no total, sendo: um de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária e cinco mandados de busca e apreensão.
As ordens foram expedidas pela Vara Federal Cível e Criminal da Subseção da Justiça Federal de Floriano. As pessoas e endereços alvos são das cidades de Brasília, Formosa e Cuiabá.
Esquema
Em nota, a PF informou que os alvos integram um grupo criminoso que praticava crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e de pirâmide financeira (Esquema Ponzi) em diversas cidades do Piauí e em Brasília.
Os investigados se apresentavam como “traders” para captar economias de vítimas/investidores, com o pretexto de aplicar os recursos no mercado de valores mobiliários.
As investigações mostraram a captação de recursos de clientes (vítimas) por meio de fraude, com promessas de ganhos mensais de até 20% sobre o capital investido, para supostamente serem aplicados no Mercado Financeiro por meio de empresa não autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a captar recursos e realizar investimentos no mercado.
Os investigados emitiram e ofereceram ao público valores mobiliários consistentes em contratos de investimento coletivo em nome de empresa de fachada, sem registro prévio de emissão junto à CVM, sem lastro ou garantia suficientes e sem autorização prévia da CVM.
“O inquérito policial foi instaurado em 2022 e, até o presente estágio das investigações, já foi apurado que a organização criminosa captou valores que ultrapassam a cifra de R$ 12 milhões, com mais de 300 vítimas nas cidades de Brasília, Floriano, Eliseu Martins, Corrente e Teresina. Além disso, restou demonstrado até o momento que os valores disponibilizados pelas vítimas para os criminosos variavam de R$ 5 mil a R$ 430 mil, depositados diretamente nas contas pessoais dos investigados”, informou a PF.
Os envolvidos devem responder por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, Crime contra a Economia Popular, Associação Criminosa e Lavagem de Dinheiro.
A operação contou com a colaboração do Ministério Público Federal (MPF), Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Coordenação-Geral de Repressão à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal (CGRC/PF) e das Polícias Civis Estaduais das cidades de Floriano e Brasília.
O nome da operação (Alavancada) é uma referência à forma de atuação que permite ao investidor do Mercado Financeiro negociar volumes financeiros bem superiores ao que ele possui quando identifica uma grande oportunidade no mercado. Com uma pequena quantia em dinheiro, é possível ampliar os ganhos de um investimento, assim como as perdas também podem ser significativamente maiores.