Criminosos forjaram cenário de delegacia para enganar vítimas
Segundo investigações, eles se passavam por mulher e iniciavam relação com homens, para trocar fotos íntimas. Em seguida, alegavam que imagens eram de menina de 13 anos e pediam dinheiro para não denunciar.
A Polícia Civil do Distrito Federal realizou, nesta sexta-feira (29), uma operação contra um grupo suspeito de aplicar o “golpe do nude”. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na cidade de Campo Bom (RS), para reunir informações e continuar as investigações.
Segundo a corporação, os suspeitos fingiam ser uma mulher e entravam em contato com homens de todo o Brasil pela internet. Eles ganhavam a confiança da vítima e iniciavam uma relação, até o ponto de trocar fotos íntimas. Em seguida, o grupo alegava que a suposta mulher era, na verdade, uma adolescente de 13 anos.
Outros criminosos se passavam pelos pais da menor e pediam dinheiro para não denunciar o caso à polícia. Eles chegaram a forjar o cenário de uma delegacia, para fingir que estavam conversando com um delegado sobre o caso. Falsos policiais também entravam em contato pedindo dinheiro para arquivar a denúncia.
A Polícia Civil afirma que o alvo das buscas nesta sexta é um homem suspeito de concentrar os valores extorquidos das vítimas. Na conta bancária dele, os investigadores encontraram 15 depósitos de pessoas enganadas, em todo o Brasil, que somam R$ 549 mil.
Um dos depósitos, de um morador do Rio Grande do Sul, foi de R$ 220 mil. Já o de um habitante do DF foi de R$ 15 mil. Segundo a Polícia Civil, os suspeitos selecionavam as vítimas após uma análise nas redes sociais, que avaliava faixa etária, poder aquisitivo e status social.
“Quando as vítimas efetuam o pagamento de altos valores, os criminosos enviam um vídeo no qual quebram um celular com martelo, dizendo que o aparelho seria da suposta mulher e a vítima poderia ficar tranquila, pois a mensagem teria sido destruída”, diz a polícia.
Os investigadores afirmam que “os valores eram depositados de maneira fragmentada em dezenas de contas que depois eram concentradas em um indivíduo central, alvo das buscas desta manhã”. Esse homem então sacava os valores e entregava a outros criminosos, ainda investigados.
Os suspeitos usavam servidores internacionais para enviar as mensagens sem risco de identificação. Segundo a polícia, os criminosos vão ser indiciados por extorsão, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Em caso de condenação, as penas somadas podem chegar a 26 anos de reclusão.
A apuração é da 9ª Delegacia de Polícia, no Lago Norte. Os investigadores afirmam que embora os vídeos já tenham sido usados por diversos outros grupos criminosos, ainda existem pessoas caindo no golpe. Por isso, pede que a população fique atenta para não ser vítima do crime.