A morte de Gesielly Fernandes da Silva, uma técnica em enfermagem, por overdose de anestésicos, trouxe à tona um suposto esquema de tráfico de medicamentos controlados no Hospital Estadual de Trindade (Hetrin), em Goiás. Segundo sua irmã, Jhessica Fernandes, Gesielly enfrentava uma profunda depressão e desenvolveu uma dependência da morfina para aliviar suas dores.
Jhessica revelou que Gesielly comprava morfina de colegas de trabalho e que, em momentos de crise, chegou a aplicar a substância em si mesma. “Ela se viciou na morfina”, comentou a irmã, mencionando que as amigas de Gesielly estavam cientes de sua condição e começaram a vender o medicamento. A polícia investiga se as vendas eram feitas apenas quando não davam a morfina de graça para a vítima.
Prints de conversas divulgados pela Polícia Civil mostraram Gesielly tentando negociar o medicamento com uma colega do hospital. O delegado Thiago Martinho informou que a amiga, também técnica em enfermagem, mentia sobre o estado de saúde de pacientes para obter morfina e desviar o medicamento.
A investigação se intensificou após a morte de Gesielly e abrange pelo menos cinco técnicos em enfermagem. As autoridades estão apurando há quanto tempo esses desvios de medicamentos ocorrem no hospital, que também é alvo de investigação, pois a direção afirmou que está colaborando com a apuração dos fatos.
A operação realizada no dia 16 de outubro cumpriu seis mandados de busca e apreensão na unidade hospitalar, visando desmantelar o comércio ilegal de morfina. O hospital demitiu os funcionários suspeitos e é considerado uma vítima dos crimes investigados, que incluem peculato, associação criminosa, tráfico de drogas e homicídio. A polícia não divulgou a data exata da morte de Gesielly.