Empresário intermediava descontos de cheques do suspeito que negociou assassinato por R$ 15 mil. Mandante e executor do crime foram presos na quarta-feira.
O dono de um laticínio, Edgar Primo, mandou matar o empresário Bruno Bailão Lobo, de 40 anos, por não conseguir pagar uma dívida de R$ 250 mil, segundo a Polícia Civil. De acordo com a PC, Bruno comprava muçarela de Edgar e revendia para redes de supermercado em Goiânia. Paralelo a esse negócio, Bruno intermediava descontos de cheques do Edgar, que não conseguiu pagar a dívida e decidiu matar o empresário.
“O Edgar remetia os cheques para o Bruno que pegava esses cheques e levava para alguns indivíduos descontarem mediante ao pagamento de juros. O Edgar havia passado R$ 250 mil em cheques para serem descontados e essa foi a motivação do crime. Ele mandou o Bruno descontar e não conseguiu quitar”, explicou o delegado João Paulo Mendes.
Conforme a polícia, Edgar e o atirador Henrique Pacheco de Almeida, de 23 anos, foram presos na quarta-feira (6) em Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia.
Entenda o caso
Bruno foi morto a tiros em frente à sua casa, no Residencial Junqueira, em Goiânia, no dia 15 de fevereiro deste ano. Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que Bruno foi surpreendido pelo atirador, levando 11 tiros
De acordo com a PC, Edgar e Henrique já vinham planejando a morte do empresário há alguns dias. Em duas ocasiões, eles tentaram matar Bruno, mas desistiram.
“Em uma ocasião, quando Bruno estava fazendo uma entrega no interior, eles tentaram, mas viram que tinham muitas testemunhas e desistiram. No dia 14, simulam uma entrega e se a vítima tivesse aparecido no portão eles teriam cometido o crime. No dia 15 de fevereiro eles acabam tirando a vida do Bruno de forma brutal’, informou o delegado.
A polícia informou que Edgar estava presente quando o empresário foi assassinado e chegou a chamar a polícia, alegando ter presenciado um roubo seguido de morte.
“O Edgar estava na cena do crime e quem aciona a polícia é ele. Ele comunica um latrocínio e quando a gente chega, descarta essa possibilidade porque a forma como o executor agiu mostrava total intenção homicida”, afirma o delegado.
Fingiu tentar impedir fuga
Segundo o delegado, para tentar disfarçar a participação no crime, Edgar chegou a fingir que tentou impedir a fuga de Henrique que passou próximo a ele após o assassinato.
“Ao fugir, o executor passa ao lado do Edgar, que estava em uma caminhonete, e para simular, arranca o tênis e finge que vai jogar no executor que passa por ele e vai embora tranquilamente”, explica o delegado.
VRelação entre mandante e atirador
A polícia informou que Edgar e Henrique se conhecem há 15 anos e que o atirador pediu R$ 15 mil para matar Bruno. À polícia, Henrique disse que inicialmente recusou a proposta, mas pensou melhor e aceitou.
“Ele [Edgar] acabou se valendo do Henrique para cometer esse crime. O Henrique relatou que o Edgar ofereceu para ele cometer esse delito e inicialmente ele recusou, mas depois de refletir acabou decidindo colocar em prática esse delito e cometer o crime a mando do Edgar”, disse o delegado.
Conforme a polícia, Edgar tem passagens por violência doméstica, ameaça, lesão corporal, posse ilegal de arma de fogo e receptação. Henrique não tem passagem criminal. As armas usadas no crime foram apreendidas.