Um vídeo mostra o investigado abordando o entregador quando ele vai pegar a moto estacionada, depois de lanchar em uma praça. Policial foi indiciado por homicídio doloso.
O policial militar investigado por matar o entregador por aplicativo, Lucas Marcelino Botelho, foi preso nesta terça-feira (19) em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, após uma investigação, o policial foi indiciado por homicídio doloso com dolo eventual, o que indica que, embora não tenha tido a intenção direta de matar, assumiu o risco de fazê-lo.
O delegado Felipe Sala, da Polícia Civil informou que o investigado foi indiciado adicionalmente por ameaçar uma testemunha presente no local do crime.
Felipe Sala alegou que a investigação apontou que a vítima Lucas Marcelino Botelho estava com uma motocicleta que tinha a numeração do chassi suprimida, indicando adulteração do sinal identificador, confirmado por laudo pericial, colocando-o em flagrante delito.
Também disse que outra testemunha, menor de idade, estava conduzindo uma motocicleta sem possuir habilitação, realizando manobras perigosas, o que motivou a abordagem inicial do policial militar.
A polícia informou que um mandado de prisão foi expedido pela Justiça e o investigado se apresentou espontaneamente à Corregedoria da Polícia Militar.
Nas filmagens, é possível ver que, inicialmente, o motociclista aborda um outro motociclista que tinha acabado de estacionar a moto próximo a praça. Naquele momento, começa uma discussão entre os dois. Enquanto isso, o entregador Lucas está sentado na praça, comendo.
Ao perceber a movimentação próxima as motos, ele vai até onde seu veículo está para retirar a moto. Neste momento, ele é visto sendo abordado pelo policial.
“Quando o Lucas está tentando retirar a sua moto, o policial tenta impedi-lo. Joga a moto em cima dele, começa a agredi-lo, saca a arma. É possível observar que o Lucas afasta quando percebe que a pessoa está armada. O Lucas evita o confronto e mesmo assim continua sendo agredido até que acontece o disparo”, diz o advogado da família de Lucas, Saulo Nunes dos Santos.